No Brasil, suas rotas de aventuras começaram pelo Rio de Janeiro,
onde chegou como fugitivo da justiça, segundo palavras de Peter Lund a
Eugen Warming
(3), quando ambos trabalhavam em Lagoa Santa.
Nos primeiros dias, conseguiu se empregar como soldado raso e, depois,
trabalhou como vendedor ambulante. Durante a guerra do Brasil com a
Argentina prestou serviços como espião. Suas ações prosseguiram,
sobretudo, em Minas Gerais. Ali, fixou-se na região de Ouro Preto,
exatamente na vila de Cachoeira do Campo, onde foi comerciante. Entre os
anos de 1829-1830, ganhou um bom dinheiro com o comércio de escravos.
Em 1831, fez no jornal
“O Universal”, uma oferta de venda de tecidos em varejo e atacado, o que denota que possuía um negócio de expressivo vulto.
No inicio do século XIX, o personagem chegou ao Brasil, no Rio de
Janeiro, em busca da fortuna. Apresentava-se como Peter Claussen e, de
tanto lhe perguntarem
“Peter, o quê?”, em certo momento, decidiu
facilitar as coisas, mudando tudo radicalmente. Passou então a se
identificar, eventualmente e segundo as conveniências, como Pedro
Claudio Dinamarquez, embora não coubesse a tradução Claudio no lugar de
Claussen, pois apenas soava semelhante.
Desse modo, de tanto lidar com ossos, fingiu-se de arqueólogo, e, de
tanto procurar minerais, fantasiou-se de geólogo. E se aventurava nas
ciências naturais, de modo geral. A partir daí, devido à sua
personalidade impetuosa e boa lábia de comerciante, conseguiu vender a
imagem de cientista, chegando a ser sócio correspondente do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro
(4). Suas atividades
comerciais sempre foram muito conflituosas, tanto na Europa quanto no
Brasil, frequentemente gerando polêmicas, fracassos nos negócios e
também embates na justiça. Aliás, é por demais sabido que as relações
com seu conterrâneo, o famoso naturalista e paleontólogo Peter Lund,
azedaram desde os primeiros momentos quando se conheceram.
Aluna: Débora Oliveira