segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Cigarrinhos de Chocolate Pan e o politicamente incorreto



A história

Tudo começou em São Caetano do Sul, na região do ABC paulista na década de 30, quando Aldo Aliberti, um engenheiro químico formado na cidade italiana de Turim, convidou seu cunhado Oswaldo Falchero, um engenheiro eletricista, para construir uma fábrica de chocolates, balas e confeitos. Sua ambiciosa intenção era competir com marcas tradicionais da época como Gardano, Lacta, Dizioli, Rocco e Garoto. O primeiro passo foi a compra de um terreno de 4.000 m2, na Rua Maranhão em São Caetano do Sul. Finalmente em 1935 os dois fundaram a PAN, abreviação para Produtos Alimentícios Nacionais, e, no ano seguinte iniciaram a fabricação dos primeiros chocolates, balas (incluindo as deliciosas balas de goma) e confeitos com máquinas usadas, adquiridas no Rio de Janeiro e São Paulo, uma caldeira a vapor para cozinhar alguns ingredientes, e a ajuda de aproximadamente 30 funcionários.
Nesta época, as balas eram feitas em tachos, onde o “ponto” era conseguido por confeiteiros e, depois de pronta a massa, o formato era dado por uma prensa e embrulhadas a mão, uma a uma. Pouco depois, no mês de dezembro de 1937, a empresa lançou no mercado chocolates e bombons em formato de peixes e outros animais, charutos, corações e formas geométricas, padrões usados na época. Apesar destas novidades, a PAN se tornaria conhecida por outro produto lançado em 1941: os cigarrinhos de chocolate, que anos mais tarde, em 1959, ganhariam a imagem de um garoto branco e outro negro estampada na embalagem, que representava uma carteira de cigarros. Atualmente a empresa, em uma atitude politicamente correta, alterou, em 1996, o nome de cigarrinhos para rolinhos para não induzir as crianças ao vício do tabagismo.
Nos anos seguintes a PAN criaria outros produtos de sucesso como pães de mel cobertos com chocolate; as deliciosas moedas de chocolate, embaladas uma a uma em papel-alumínio dourado; os granulados; Chocolápis, pequenos lápis de chocolates; pequenos bombons recheados de conhaque; Poppan, pipoca caramelizada com cobertura de chocolate; amêndoas cobertas de chocolate; as azedinhas balas Paulistinha, inspiradas na revolução constitucionalista de 1932; Petit, pequenas rodelas de chocolate cobertas com granulados coloridos; os tradicionais bombons Gianduias; e mais recentemente o Nobreak, cereais de milho cobertos de chocolate.
Em 1976 a empresa adquiriu e reformou máquinas para embrulhar bombons, tipo bola, possibilitando o aumento da capacidade produtiva para 7.000 quilos por dia. Com isso, a linha de bombons sortidos ganhou inovações como os recheios com banana, laranja cristalizada, figo seco, cocada e uva passa. Além disso, com a reformulação das embalagens de caixas de bombons para presentes, o volume de vendas foi elevado a 3.000 caixas por dia. Com essa estratégia manteve o produto na liderança até 1984. Em 2002, atravessando situação financeira delicada, a PAN pediu concordata, e após a morte de Oswaldo Falchero em 2005, passou a ser dirigida por suas filhas e genros.



Dados corporativos
● Origem: Brasil
● Fundação: 1935
● Fundador: Oswaldo Falchero e Aldo Aliberti
● Sede mundial: São Caetano do Sul, São Paulo, Brasil
● Proprietário da marca: Produtos Alimentícios Nacionais S/A
● Capital aberto: Não
● Diretor: Silvio Roberto Daidone
● Lojas: 2
● Presença global: Não (presente somente no Brasil)
● Funcionários: 300
● Segmento: Doces
● Principais produtos: Chocolates, balas e doces
● Ícones: Os antigos cigarrinhos de chocolate
● Website: www.chocolatepan.com.br
A marca no Brasil
Hoje em dia a tradicional PAN comercializa seus chocolates, balas, confeitos e doces em boa parte do território nacional, estando presente desde os grandes varejistas até as vendinhas da esquina.

Os Cigarrinhos de Chocolate Pan foram lançados nos anos 50 e apenas mudaram de nome na década de 90, quando o produto foi considerado politicamente incorreto e passou a se chamar Rolinhos de Chocolate.

A Pan foi fundada em 1935, por Aldo Aliberti e seu cunhado Oswaldo Falchero, em São Caetano do Sul. A empresa ficou conhecida justamente por esses chocolates, que eram vendidos em um caixa estampando um menino branco e outro negro fumando o tal “cigarrinho”.



Apesar de demorar mais tempo para desembrulhar o cigarrinho do que para comer, ele era delicioso, não?


Nessa época, fumar era considerado um costume glamuroso. Propagandas de cigarro eram constantes e muito bem produzidas. Em meados de 1996, o Ministério da Saúde resolveu, porém, vetar a imagem afirmando que ela incentivava às crianças ao tabagismo. Eu não me tornei fumante por isso, diga-se de passagem, mas…



Confira abaixo a evolução das embalagens para o padrão aceitável aos órgão que regulam a publicidade no Brasil. Você acha que um cigarrinho de chocolate poderia induzir as crianças ao fumo? Eterna polêmica.




Infelizmente (ou felizmente), o produto saiu de veiculação por medo que as crianças viessem a se tornar fumantes.

Ano: 1950

Jingle: "O que não mata, engorda."


Geovana Leal



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